LEED for Healthcare, com maior pontuação da América Latina
O Erastinho, primeiro hospital oncopediátrico do Sul do Brasil que atende mais de 90% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também acaba de se tornar a primeira unidade de saúde a receber a certificação internacional LEED for Healthcare do país, com a consultoria da Petinelli. Além disso, hoje, o Erastinho é o hospital com a maior pontuação de sustentabilidade dentro dessa categoria na América Latina.
“Isso significa que o hospital é eficiente, garantindo a redução de custos operacionais. Também tem uma forte preocupação com a humanização do tratamento médico, prezando pelo conforto e bem-estar de pacientes e colaboradores. Além disso, é sustentável, gerando o menor impacto ambiental possível em decorrência da sua operação”, explica o CEO da Petinelli, Guido Petinelli.
Além do Erastinho, são apenas 154 hospitais com a mesma certificação no mundo. O projeto do complexo hospitalar que fica em Curitiba (PR) contempla ainda a certificação WELL, também inédita no Brasil no setor hospitalar. E tem mais: o edifício foi selecionado em chamada pública do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Copel e vai receber uma usina fotovoltaica, garantindo a sua autossuficiência energética.
O LEED for Healthcare, assim chamada a certificação LEED para hospitais sustentáveis, define padrões de desempenho com o objetivo de mensurar e certificar como sustentáveis o projeto, a construção e a operação de edificações de saúde de alto desempenho, saudáveis, duráveis, economicamente viáveis e ambientalmente conscientes.
Hospitais, por operarem 24 horas por dia, possuem um alto custo operacional com energia e água e geram grandes impactos ambientais e econômicos. Para minimizar esse impacto, no Erastinho foram adotadas uma série de medidas como isolamento térmico da envoltória, que contribui para manter a temperatura agradável e, consequentemente, diminui a necessidade do uso do ar-condicionado. Graças a essas e muitas outras inovações, o edifício tem uma redução de 25% no consumo de energia.
Além disso, o centro oncopediátrico receberá nos próximos meses uma usina fotovoltaica em sua cobertura, de modo a gerar 100% da sua energia necessária para sua operação por meio de fonte renovável. A usina terá seis mil metros quadrados de área de paineis fotovoltaicos, com capacidade total de 1 MWp. A energia gerada em excedente beneficiará as outras duas unidades operacionais do complexo de saúde – o Hospital Erasto Gaertner e o Instituto de Bioengenharia Erasto Gaertner.
Além de todos esses benefícios, Guido ressalta que a certificação vai além da redução dos custos operacionais gerados pela economia de energia e água. “O foco desse trabalho são as pessoas. Ou seja, pensar na melhor edificação para melhorar as respostas dos pacientes aos tratamentos, por conta da melhor qualidade dos ambientes, diminuir o período de internação e melhorar o controle de infecções. Além disso, gera um aumento na atração e retenção de colaboradores”, comenta.
Inaugurado em setembro de 2020, o Erastinho atende exclusivamente crianças e adolescentes com câncer, oferecendo toda a estrutura necessária para prestar os melhores serviços em 4.800 metros quadrados, num ambiente moderno e humanizado, com tratamento especializado e multiprofissional.
A capacidade anual da nova unidade é de até 17 mil consultas, 500 cirurgias e mais de 85 mil procedimentos. O complexo tem 43 leitos de internamento privativos e semi privativos, recepção, lobby, atendimento ambulatorial, hospital-dia, centro cirúrgico e alas de internação (clínica, cirúrgica, TMO e UTI). Crianças e adolescentes, que antes eram atendidos na Ala Pediátrica do Hospital Erasto Gaertner, agora contam com um espaço exclusivo.
O projeto do Erastinho foi lançado em 2015 e contou com o apoio massivo da sociedade civil e da parceria entre poder público e iniciativa privada. “É uma grande felicidade para toda a família Erastiana. Ver esse projeto, que abracei como uma meta pessoal, concretizado, traz muita emoção. Foram diversas pessoas envolvidas, gente de todo o Brasil. Tudo pelo Erastinho”, diz Adriano Lago, superintendente do Hospital Erasto Gaertner
Diferenciais do projeto – A cada intervenção, a obra do Erastinho respeitou os parâmetros internacionais de sustentabilidade e de promoção da saúde, dentro do conceito Green Hospital. Com consultoria da Petinelli, o hospital filantrópico desponta como a primeira instituição brasileira a conquistar, simultaneamente, as certificações LEED for Healthcare e WELL Building Certification. “Os padrões por trás do WELL foram o resultado de sete anos de pesquisa envolvendo cientistas, médicos e arquitetos”, lembra Guido.
Projetado pela arquiteta Adriana Sarneli, o Erastinho teve como pilares do partido arquitetônico adotado, uma volumetria dinâmica e um paisagismo orgânico. “Isso expressa o caráter lúdico do projeto e um espaço acolhedor, o que transforma a ida ao hospital em um momento associado ao alívio da ansiedade e da dor,” explica Sarneli.
Os impactos da edificação construída para o conforto, saúde e bem-estar de pacientes e familiares, são destacados pela diretora do Hospital Erastinho e atual chefe do Departamento de Pediatria do Hospital Erasto Gaertner, Mara Albonei Pianovski.
“A partir do momento que se faz um diagnóstico de câncer, são muitas as variáveis que têm de ser contempladas. Não é simplesmente tirar sangue, fazer uma quimioterapia, dar um comprimido, fazer uma cirurgia. Existe uma desestruturação emocional e social. Então, um ambiente como este, do Erastinho, vai permitir que essas crianças encontrem conforto, tranquilidade e paz para enfrentar todos os desafios do tratamento”, afirma.
Custo Zero – O CEO da Petinelli, Guido Petinelli, lembra ainda que o Erastinho teve custo zero para alcançar essa redução de 25% dos custos operacionais e, ainda, promover a saúde, conforto e bem-estar de pacientes, familiares e colaboradores.
“Construir melhor a custo zero é uma quebra de paradigma para o setor da construção civil. Mas, esse é exatamente o propósito de um green building: construir um prédio com melhor desempenho pelo que custa um prédio convencional”, sublinha Guido.
O projeto completo e finalizado do Erastinho teve investimento de R$ 30 milhões. Deste valor, R$ 22 milhões foram investidos na construção através de um convênio firmado com o Governo do Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que destinou, ao todo, cerca de R$ 11 milhões. Outros R$ 28 milhões foram captados a fundo perdido através do PEE Copel 2019 para investimento em eficiência energética e geração local de energia renovável.
O restante do valor necessário para a conclusão da obra foi captado pelo Hospital Erasto Gaertner junto à sociedade civil através de eventos, projetos e doações espontâneas. “São projetos como esse que mostram para o mercado que investir em green building é construir melhor, diante do que se gasta para construir uma edificação convencional. O Erastinho é um dos maiores exemplos de inovação e ganho de produtividade na construção civil”, ressalta Guido.