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O presidente do Sistema Cofeci Creci, João Teodoro, faz uma análise do mercado imobiliário nos últimos anos para traçar as perspectivas positivas para 2023!

A boa redação deste artigo exige prévia definição do significado de alguns vocábulos. Retrospectiva é palavra que define uma série de acontecimentos passados, cuja análise nos permite presumir fatos futuros. Expectativa é o sentimento de esperança de ocorrências possíveis baseadas em probabilidades. Perspectiva, em regra, utiliza-se para definir a representação em três dimensões de determinado objeto. Abstratamente, significa a visão antecipada do futuro. Estes três conceitos estão intrinsecamente conectados e, não raro, podem ser confundidos.

A palavra título deste artigo, claro, não existe em nosso vernáculo. Trata-se de criação, que simboliza o estado de expectativa e incertezas que estamos vivendo, em função da iminente transição de governo que se anuncia. A situação é tão caótica, que até mesmo um artigo como este pode ser interpretado como partidarismo. Não por acaso, fui denunciado ao Ministério Público Federal-MPF, que me pede justificativa sobre os motivos que me levam a publicar meus escritos em redes sociais que, ainda que só referencialmente, levam o nome do Cofeci.

Pois bem! Para que melhor imaginemos os possíveis acontecimentos no mercado de imóveis em 2023, é interessante fazermos um retrospecto sobre o seu comportamento nos últimos anos. A quebra do banco Lehman Brothers, EUA, no ano de 2008, foi o estopim da crise econômica mundial desencadeada pela crise das hipotecas. Imóveis que valiam US$ 50 mil ostentavam dívida hipotecária de US$ 250 mil. Por óbvio, o valor das prestações se tornava impagável. O resultado foi a devolução indiscriminada dos imóveis e a quebra do sistema financeiro.

O reflexo foi imediato em todo o mundo, levando à maior crise financeira depois da quebra da bolsa de Nova York, em 1929. Porém o Brasil não foi afetado. Ao contrário, a economia continuou crescendo, em especial o mercado imobiliário, que se valorizou 121% entre 2008 e 2011. Depois, mesmo com a recessão instalada no governo de Dilma Rousseff, logramos manter um nível aceitável de negócios, até que veio a recuperação do mercado, em 2019. O ano de 2020 prometia muito, mas fomos surpreendidos pela decretação da pandemia.

A queda foi brusca e assustadora. Surpreendentemente, no entanto, menos de dois meses depois, o mercado já havia retornado ao patamar de 2019. Em 2021, crescemos em torno de 25% em relação ao ano anterior e mantivemos esse mesmo nível negocial em 2022. A taxa oficial de juros (Selic), que saiu de 2% em janeiro de 2021 para os atuais 13,75%, provocou a elevação da taxa média de juros, pelo SFI, para cerca de 10% ao ano. O mercado imobiliário, porém, continua firme. Em tese, portanto, não há razão para fortes preocupações.

A solidez comprovada pelos acontecimentos passados indica que o novo ano será tão bom para o mercado imobiliário quanto foram os anteriores. Em um país com 215 milhões de habitantes, 26 Estados, um Distrito Federal e território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, classificado entre as dez maiores economias do mundo, nenhum presidente pode se dar o luxo de ignorar a importância do mercado imobiliário. Por isso, apesar de eventuais desajustes econômicos, acreditamos na independência e no potencial de nosso mercado!