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A disciplina que falta nas escolas começa a elevar os prejuízos ao já combalido parque industrial brasileiro.

As empresas brasileiras padecem da falta de criatividade e são vitimadas pelo despreparo descomunal dos jovens profissionais que estão entrando para o mercado de trabalho.

A inovação, por exemplo, que é um dos motores de impulso da indústria contemporânea, no Brasil sofre pela apatia de uma geração que pensa pouco e pensa mal, recorte de um sistema de ensino que não cobra verdadeiramente o aluno e que enfraquece sua análise crítica, anulando sua sensatez.

Nossa produtividade, fator preponderante na industrialização, é uma das mais baixas das américas, chegando a cair 4,23% somente em 2022 (FGV), causando prejuízos de bilhões de Reais aos empresários que poderiam fabricar mais, com qualidade e em menos tempo.

O registro de patentes em nosso país, embora tenha crescido 2,4% no último ano, é um dos menores da América Latina. A Argentina, que vive o caos econômico, registra 16% mais patentes que os engenheiros e designers industriais brasileiros.

Ao educar o jovem para competir em um mercado, seja ele qual for, a escola esculpe caminhos futuros – ou deixa de fazê-lo – se convertendo em uma das principais responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso do homem em quem se tornará. 

Pulsa dentro de nós a chama que queima quando estimulada de modo correto. No entanto, padecemos de falta de profissionais verdadeiramente qualificados para contagiar alunos com a força da curiosidade. O que temos em nossas escolas públicas é um grupo de gente com boa vontade, atendendo da melhor forma possível a jovens que não podem ser contidos e que são, em sua maioria, deseducados e mimados por famílias que creem que ter um filho não exige total dedicação à formação humana de que precisará, e assim os entregam à professores para que os criem. 

Esse não é papel do mestre.

A reindustrialização precisa ser amparada pelo governo, é fato, e com instrumentos desfibrilatórios! Mas o futuro que se anuncia é temerário e é nele que a criança de nove anos estará buscando qualificação em meio à terceira revolução digital.

Mirar somente o agronegócio é manter a miopia estratégica que é marca dos governos centralizadores. Precisamos que a indústria se mova e mova junto a área de serviços, segmento relevante para a segurança inflacionária e vacina contra crises econômicas internas.

Rodrigo Corrêa de Barros é formado em Direito e diretor de estratégia da Cross Marketing.

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