Empresa curitibana é a primeira do setor da construção civil no sul do Brasil a obter a chancela
O Grupo RAC, empresa curitibana que atua há mais de 20 anos na prestação de serviços, planejamento, gerenciamento e execução de obras inovadoras e sustentáveis, agora é uma Empresa B. Uma das maiores do país no setor da construção civil, a RAC é a primeira empresa do segmento no sul do Brasil a conquistar a chancela, e uma das poucas construtoras do país a obter a certificação, que seleciona organizações que priorizam, interna e externamente, promover impacto positivo no mundo, com benefícios para seus colaboradores, clientes, comunidade e meio ambiente.
“O B vem justamente daí: de benefício, ou seja, do compromisso de oferecer vantagens às pessoas e ao planeta. Este selo comprova a força do nosso propósito, que vai além da geração de um negócio lucrativo. As Empresas B mostram que têm um valor agregado e que se preocupam com o desempenho e em como potencializar os impactos positivos, não apenas minimizar os negativos”, coloca Júlia Basso, coordenadora de sustentabilidade corporativa do Grupo RAC. Atualmente, no Brasil, cerca de 200 empresas, de vários portes e segmentos, têm a certificação. No mundo, são cerca de 5 mil, em 77 países.
O Sistema B Brasil, que concede o selo depois de um rigoroso processo, é uma organização responsável, desde 2012, pelo engajamento, divulgação e promoção local de todo o movimento B no Brasil e na América Latina. Ela articula um movimento global de pessoas que usam os negócios para a construção de uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa para a sociedade e para o meio ambiente. E, no centro desse movimento, estão as empresas certificadas – as melhores para o mundo e não as melhores do mundo. “O objetivo é redefinir o conceito de sucesso na economia, para ser considerado não apenas o êxito financeiro, mas também o bem-estar da sociedade e do planeta. Afinal, eles se completam”, continua Júlia. O movimento B nasceu em 2006 nos Estados Unidos e Canadá, a partir do B Lab, uma ONG (Organização Não-Governamental) criada com o objetivo de redefinir o sentido de sucesso empresarial.
A força do selo
Nos últimos anos, o Movimento B vem ganhando muita força, com grandes empresas aderindo, como Danone, Gerdau, Natura, Dengo e Nespresso, por exemplo. “Em comum, são todas empresas economicamente atraentes, mas que igualmente se preocupam com o legado deixado por trás de sua atuação”, avalia a coordenadora, que esteve à frente de todo o longo e complexo processo até a certificação, em maio de 2022. “Para nós, foi uma conquista fantástica, que reforça nosso olhar inovador e propósito muito firme e claro de contribuir com todos, os que trabalham direta e indiretamente, comunidade, meio ambiente e planeta, através de nossas atividades”, diz Thiago Weingartner, CEO da BPRO Smart Engineering, uma das unidades de negócios do Grupo RAC.
A obtenção do selo, contudo, não se encerra em si. Empresas B devem estar comprometidas com um plano de desenvolvimento contínuo, usando a força do seu negócio para a construção de uma nova economia, mais sustentável e inclusiva. “Também não diz respeito a uma determinada ação ou departamento. Ser B não é uma posição, mas uma direção, que traz a responsabilidade de um compromisso público assumido”, explica Júlia. Com isso, os parâmetros internos da RAC para avaliação e tomada de decisão, hoje, são muito mais rigorosos.
O processo
Todo o processo de certificação começa pelo preenchimento da Avaliação de Impacto B, uma ferramenta confidencial, online e gratuita desenvolvida pelo B Lab. Nela, são analisadas cinco pilares: governança, colaboradores, meio ambiente, comunidade e clientes. Ao preencher 100% desse questionário, a empresa recebe uma pontuação de 0 a 200 pontos. Caso ultrapasse os 80 pontos, o negócio está elegível a iniciar o processo junto ao B Lab Standards Trust. A auditoria e a validação das informações varia conforme o perfil (porte) da empresa interessada na certificação, envolvendo as áreas de Relações Institucionais, Recursos Humanos, Compras/Cadeia de Suprimento, Sustentabilidade e Vendas.
Após a certificação, é responsabilidade da empresa continuar a atuação em sua agenda de responsabilidade socioambiental, buscando sempre identificar possíveis falhas e implementar planos de melhorias, para que os compromissos com a geração de impacto positivo estejam incorporados em todas as áreas da companhia. “Além disso, ela se compromete a ser reavaliada e recertificada a cada três anos. Empresas que passam por esse processo sabem que é extremamente rigoroso. Envolve uma análise aprofundada de indicadores e não se preocupa com a atuação isolada da empresa, mas com sua entrega e compromisso com a comunidade, clientes e fornecedores. E é incrível compreender a complexidade atrelada a tudo isso, pois reforça nosso direcionamento e nos mostra, estrategicamente, onde podemos evoluir, promovendo uma gestão mais ativa do nosso desempenho quando relacionado às questões socioambientais”, esclarece Ricardo Cansian, presidente do Grupo RAC.
De forma geral, uma Empresa B é uma organização certificada que equilibra propósito e lucro, considerando as consequências de suas decisões na vida de todos. É algo que extrapola o selo e força um olhar interno para os pontos de melhoria, criando estratégias para desenvolver essa cadeia positiva, especialmente em um setor com impactos tão relevantes, como o da construção civil. “Essa foi uma grande conquista, pois há muita credibilidade atrelada a ela. Estamos em uma jornada, ou seja, não significa que a empresa já atingiu seu maior estágio, ao contrário, temos um longo caminho pela frente, com diretrizes mais claras de como melhorar e avançar para estarmos alinhados, por exemplo, com a Agenda 2030 da ONU, de desenvolvimento sustentável”, finaliza Cansian.
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