Cenário é motivado pelas altas nos preços dos imóveis e pelas incertezas dos possíveis compradores quanto à possibilidade de pagar os financiamentos
O mercado imobiliário de aluguel está aquecido na cidade de São Paulo. Devido ao aumento nos valores dos imóveis e às incertezas quanto à economia, muitas pessoas estão decidindo alugar casas e apartamentos para morar ao invés de comprar.
Um levantamento da Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisões no segmento imobiliário, aponta para uma queda de 10% no número de transações imobiliárias na cidade de São Paulo entre janeiro e abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o documento, esse movimento ocorre ao mesmo tempo em que o preço médio das propriedades cresce em torno de 2% e a taxa SELIC se mantém em 13,75%, o que encarece os financiamentos.
Em contrapartida, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, teve deflação de 1,93% no Brasil em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice teve queda de 6,86%. Desde janeiro deste ano, a redução foi de 4,46%. Em São Paulo, segundo estudo da Propdo, os valores dos aluguéis subiram cerca de 10% em média no ano passado, puxado por bairros como Jardim Europa, Pacaembu, Alto de Pinheiros, Jardim Paulistano e Vila Nova Conceição.
Cenário traz boas oportunidades para corretores
Para Nathan Varda, head da Propdo no Brasil, mesmo com o aumento em São Paulo, esse é um momento oportuno para corretores apresentarem a seus clientes boas oportunidades de negócios no ramo dos aluguéis. Segundo ele, “há uma grande demanda de pessoas que buscam imóveis para alugar, principalmente entre os jovens de 24 a 30 anos, casais divorciados, estudantes universitários de outras regiões do país e turistas estrangeiros que trabalham na cidade”.
O especialista comenta que as elevações significativas nos preços ocorridos entre 2020 e 2022 e o aumento do desemprego, principalmente em razão da pandemia de Covid-19 e da crise econômica, afastaram muitas pessoas da possibilidade de adquirir um apartamento ou casa. Além disso, “por conta dessa insegurança e das incertezas quanto à possibilidade de pagar os financiamentos, muitas pessoas alugam um imóvel por dois ou três anos antes de decidirem comprar ou não, pois querem conhecer o bairro, entender a rotina da comunidade, saber mais sobre os vizinhos, entre outras coisas”, acrescenta Varda, que finaliza dizendo que “a principal dica da Propdo é que os interessados em buscar uma nova moradia procurem um com corretor para ser orientado sobre as vantagens de desvantagens de cada tipo de negócio”.
Plataformas da Propdo
A Propdo lançou a ferramenta “Propdo GO!”. Ela permite que um corretor registrado na empresa receba uma oferta de compra ou venda de um imóvel, conforme a região e especificações elaboradas pelo próprio profissional. O primeiro que aceitar, terá exclusividade para atuar na negociação. “Nossa intenção é fornecer aos profissionais recursos para agirem com mais assertividade e aumentarem suas vendas em até 25%”, comenta Varda. Além disso, a companhia já conta com a “Investire”, ferramenta baseada em inteligência artificial e tecnologia de ponta para auxiliar pessoas que desejam investir no ramo na capital paulista, feita em parceria com a Quick2Sell e Animacasa.
Sobre a Propdo
Criada em 2020, em Israel, a Propdo é uma empresa que fornece soluções em software para tomada de decisão no mercado imobiliário e que utiliza inteligência artificial. Com base em centenas de fontes de dados, incluindo registros financeiros, localização, transportes e planejamentos urbanos, a empresa consegue prever com exatidão o desempenho atual e futuro de imóveis residenciais na cidade de São Paulo. A proptech, com bases na Europa e Nova Iorque, angariou US$5 milhões junto a investidores, como a Doral Renewable Energy Resources, para combinar tecnologia e experiência no setor imobiliário e estabelecer soluções para as dores e desafios, fornecendo ferramentas para a tomada de decisão dos players do mercado. Hoje, a tecnologia tem 99,6% de precisão nas estimativas realizadas em Israel, sucesso que deve ser repetido no Brasil.