Com alta dos juros e financiamentos cerca de 20% mais caros, especialistas analisam o cenário atual e comentam as tendências para os próximos anos
Setembro de 2022 – Com a alta da Selic e os impactos econômicos, o mercado imobiliário está passando por readequação vendo um crescimento na busca de imóveis para alugar, uma vez que o financiamento está em média 20% mais caro. A pandemia também causou um impacto nesse mercado, principalmente nos imóveis comerciais dos grandes centros, tendo uma taxa de vacância elevada. No entanto, atualmente, o setor imobiliário demonstra recuperação, tendo aberto mais de 100 mil vagas de trabalho no primeiro trimestre do ano.
Segundo relatório da Abrainc, divulgado em junho, a venda de imóveis seguiu firme no primeiro semestre do ano, um crescimento de mais de 6% em comparação ao mesmo período em 2021.
Na opinião de Fabio Silva, country manager do alt.bank – fintech brasileira focada em levar justiça financeira por meio de práticas justas – é momento de cautela devido aos juros, exceto se for para uma aquisição à vista, quando podem surgir boas oportunidades. “Este não é o momento ideal para financiar imóveis dado os juros altos. Tendo o recurso parcialmente, é melhor investir em renda fixa que paga 100% do CDI, que hoje está em torno de 13% ao ano. A tendência é uma recuperação na economia nos próximos anos e a taxa de juros caindo pode representar um sinal positivo para o financiamento”, explica o executivo.
“Contudo, a eleição presidencial é um fato que pode influenciar nessa tendência. Por exemplo, é preciso ver como o Brasil irá se recuperar economicamente e se o presidente eleito irá gerar benefícios habitacionais. Neste momento as previsões certamente serão equivocadas. Ressalto ainda que dois elementos são fundamentais para definir um bom momento de compra e boas oportunidades: juros baixos e grande oferta”, complementa.
Em contrapartida, Murilo Machesini, CEO da Verticale, observa que o momento seria ideal para compra, apesar do momento de alta taxa de juros. Ele considera que daqui a um ano os preços dos imóveis terão incorporado a alta do custo dos materiais básicos, conforme o cenário atual brasileiro.
“Ainda existe estoque disponível precificado com o antigo custo da construção. Já os novos lançamentos, além do custo de obra bastante superior, também considera o aumento substancial do valor dos terrenos e tem como consequência uma grande tendência no aumento do valor dos imóveis. Sendo assim, principalmente para o perfil de cliente que não pretende acessar o financiamento bancário e ser prejudicado pelo alto patamar de juros, o momento pode oferecer boas oportunidades de investimento imobiliário.” analisa.