Gerente operacional da Embraps, Alexandro Luciano Coelho, explica que atitude dá margem para a atuação de criminosos; união de esforços entre moradores e funcionários do prédio é vital para a segurança
‘Caronas’ nas entradas dos prédios prejudicam a contabilização de entradas por parte dos porteiros
O morador do prédio abre a porta, entra e nota a presença de uma pessoa desconhecida atrás dele. Deduz ser morador do prédio e, por educação, deixa o portão aberto para que ele entre. O desconhecido pode passar despercebido pelo porteiro, que realiza, também, outras atividades no local.
Uma situação inicialmente corriqueira como esta pode acabar em um roubo ao condomínio – e, em muitos casos, a culpa da falha do procedimento recai sobre o porteiro, ainda que não seja dele.
Somente no primeiro semestre de 2022, o estado de São Paulo registrou um índice de 1,63% de roubo a residências, entre outros tipos de roubo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em todo o ano de 2021, foi registrado 1,86% de roubo a residências.
Em outra situação, esse morador realiza um evento em um salão de festas. Idealmente, ele deveria passar os nomes e algum documento para que o porteiro confira e faça a liberação dos convidados, garantindo o acesso e a segurança de todas as pessoas do local.
Mas por falta de conhecimento e orientação, ele deixa todos à vontade e pede para a portaria liberar quem chega e mantém este hábito em diversas situações como entrega de alimentos, de água, farmácia, entre outras. Isso tudo, segundo o gerente operacional da Embraps, Alexandro Luciano Coelho, compromete a segurança do ambiente.
“O morador, quando entende que faz parte do processo de entrada segura em um prédio, tem consciência de sempre colaborar com a portaria com informações completas e que facilitem o trabalho, faz muita diferença. Isso ajuda o porteiro a realizar os procedimentos que são constantemente reforçados em treinamentos e campanhas mensais”, explica.
O bom e mau uso dos recursos tecnológicos
Os prédios mais novos contam com uma fechadura com biometria ou reconhecimento facial, que identifica o morador e é um reforço na segurança. Porém, o mau uso da ferramenta também pode abrir uma ‘janela de insegurança’. A exemplo do morador, que abre a porta com sua biometria e, na sequência, deixa ela aberta ou pergunta a um estranho se ele vai entrar.
As garagens também são outro ponto de atenção. De acordo com o gerente operacional da Embraps, elas são um dos maiores riscos, pois muitos moradores entram com os veículos e em alguns casos não fecham os portões. Em outros, esquecem seus controles e pedem para o porteiro abrir o portão, desviando o foco de seu trabalho.
“Quando o recurso tecnológico é bem usado, é um ganho para a portaria porque nosso porteiro pode focar no mais importante que é a entrada do morador e qualquer outra pessoa que queira se aproveitar dessa janela de insegurança”, explica Coelho.
Mas a tecnologia é uma aliada não só no dia a dia, mas também na segurança. O gerente operacional aponta que o uso de câmeras boas, sensores, equipamentos no controle de acesso, entre outras ferramentas são pilares para a melhor segurança do condomínio.
Conscientização e boas práticas
A Embraps, que trabalha com uma variedade de condomínios, desde aqueles com alta tecnologia no controle de acesso ou prédios onde o porteiro ainda atua com botões para a abertura dos portões, mantém treinamento contínuo com seus porteiros para lidar com vários tipos de adversidades.
A empresa já atua em alguns clientes na conscientização de que o morador e a parte tecnológica de apoio fazem parte do processo de segurança do prédio, enfatizando que a garantia da segurança do condomínio é um trabalho conjunto dos funcionários do prédio e dos moradores.
“Temos palestras curtas e objetivas, adaptadas a cada realidade de cliente, desde o mais tecnológico ao que tem a estrutura mais simples de segurança”, explica. De acordo com Coelho, essas ações levam ao morador a oportunidade de entender a segurança de sua moradia, quais são suas ferramentas e como usá-las na entrada e saída, com atenção a portões abertos e estranhos nos entornos.
“Nossa ação é muito positiva e nos clientes onde houve a oportunidade de interação com os moradores, já verificamos bons resultados na percepção de segurança na união entre morador, portaria e materiais de apoio”, afirma.
Campanhas de conscientização feitas pelo próprio condomínio aos moradores, seja por reportagens, pequenos comunicados, entre outros meios, são efetivos, afirma Quaresma – além de ter custo zero. A Embraps, afirma, se disponibilizar a atuar junto aos clientes caso necessário e fornece informações de segurança aos síndicos por meio de WhatsApp.
“Quando o criminoso visa um local e percebe que há uma integração entre atuação humana, tecnologia e moradores cumprindo procedimentos, minimiza muito os riscos”, finaliza o gerente operacional.