Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharias desenvolveram o Athis para solucionar problemas de habitação para pessoas de baixa renda
Estimativas do Lincoln Institute apontam que há 1 bilhão de pessoas morando em favelas no mundo ou em comunidades de baixa renda. A ocupação ilegal e irregular do espaço urbano dificulta o acesso das famílias a serviços básicos de saúde e educação. Com o objetivo de transformar a paisagem urbana, principalmente, em localidades de menor renda, os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo e das Engenharias da Faculdade Pitágoras Unopar participam do projeto ATHIS (Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social), que faz parte do programa de extensão da instituição. A finalidade é viabilizar a vivência prática aos conteúdos ensinados na graduação, bem como solucionar problemas habitacionais e urbanos, os quais possuem consequências em outras esferas da vida do ser humano.
Os estudantes se pautaram na Lei 11.888/2008, que garante assistência técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda, para construção de habitação de interesse social, também por meio de projetos de extensão. O Athis é coordenado pelas professoras Thamine de Almeida Ayoub Ayoub e Mariana Gimenez Casarim, que começaram a esboçar o projeto em 2019 e o concretizaram em 2021, com o atendimento a uma família que se encontrava em situação de risco devido às condições precárias de moradia. Para realizar as melhorias na residência os alunos buscaram parceria para arrecadar materiais de construção, mão de obra voluntária para participar de mutirão e outras atividades.
“Um projeto de arquitetura tem preços variados, pois depende do material que será utilizado, quantidade de profissionais envolvidos, tamanho da obra, localização etc. O planejamento do custo é feito por metro quadrado. As pessoas que recebem assistência dos nossos alunos acessam um serviço gratuito, de qualidade e têm respaldo da lei. É uma excelente oportunidade para regularizarem suas propriedades, visto que algumas pessoas recebem título de regularização fundiária, porém não possuem condições financeiras para contratar serviço profissional para reformar ou construir suas habitações e acabam optando pela autoconstrução, gerando diversos problemas estruturais e funcionais, bem como colocam em risco a própria segurança. Além de gastarem mais por falta de conhecimento das maneiras econômicas de realizar os projetos arquitetônicos”, explica Ayoub.
Ayoub diz ainda que o projeto é desafiador, já que somente o levantamento de campo é capaz de precisar qual o problema arquitetônico existe na residência. “Por isso, é um projeto que demanda muito estudo e busca por referências. Como foi a primeira experiência, entramos em contato com o processo e suas etapas, as dificuldades e possibilidades pela primeira vez. Agora é possível visualizar um caminho e otimizar esforços para atender novas demandas. Para os alunos vejo como uma grande oportunidade de conhecer outros nichos, que beneficiam toda a sociedade e contribuem para uma cidade mais justa e para melhorar as condições de vida da população”, informa.
O Athis será realizado de forma permanente, com renovação a cada semestre. Frequentemente a unidade promove projetos sociais e atendimentos especializados de forma a suprir as necessidades das comunidades do seu entorno. A atuação, de alunos e professores, beneficia o desenvolvimento local, alinha impacto positivo com profissionalização e reforça o papel protagonista dos discentes na promoção da mudança da realidade da qual fazem parte.
Neste semestre, está em andamento a elaboração do projeto arquitetônico para mais uma família. A plataforma está disponível para mais informações, e é possível entrar em contato por e-mail.