*Por Ale Boiani, CEO, fundadora e Sócia do 360iGroup
O mercado de fundos imobiliários é bastante recente no Brasil, apesar de os brasileiros sempre olharem o “imóveis” como uma opção bastante tradicional de investimento. Os ‘FIIs’, como também são chamados, começaram a ser desenvolvidos em 1993, são listados em nossa bolsa de valores, a B3, e são considerados renda variável. Este tipo de investimento é composto no modelo de um “condomínio fechado”, dividido em cotas, e é considerado uma opção menos burocrática de se investir em imóveis.
Mas como investir nesses fundos? Existem alguns tipos de fundos imobiliários e quero detalhar um pouco os fundos “de tijolo” e os fundos “de papel”. Nos fundos de tijolo, o fundo é dono dos imóveis diretamente, e geralmente tem na carteira prédios, galpões, shoppings, hospitais e faculdades, por exemplo. Ao comprar cotas destes fundos, o investidor recebe dividendos mensais, como se fosse um pedaço do aluguel, sem tributação. Além de obter uma liquidez mais rápida, redução de taxas e contar com gestores especializados no assunto na linha de frente do fundo – já que é ele que compra e administra estes imóveis de maneira profissional – o investidor ainda conta com o benefício de não precisar avaliar diretamente a qualidade dos imóveis.
Para quem está começando, pode iniciar com valores muito menores do que se comprasse o imóvel diretamente, e, ao invés de disponibilizar milhões na compra do imóvel inteiro, já que participa com uma parte do investimento.
A rentabilidade deste tipo de investimento é proporcional à parte de aluguel, mas sem custos de manutenção do imóvel ou dores de cabeça com o inquilino – além de o investidor conseguir diversificar em vários tipos de imóveis e não precisar custear impostos mensais por esta renda. Já no caso dos fundos de papel, a diferença é que ao invés de comprar os imóveis, o fundo empresta dinheiro para empresas do setor imobiliário por meio de uma taxa de juros pré-acordada.
Com o aumento da taxa de juros brasileira para 10,75%, assim como inflação, visto que no ano passado fechamos o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2 dígitos, a rentabilidade tende a ser mais alta e apresenta menos volatilidade.
Atualmente a maior parte dos fundos não está entregando ganho de capital, que seria vender com preço da cota acima do valor comprado, mas tem entregado dividendos superiores ao que o investidor receberia se tivesse um imóvel alugado.
Vale pontuar que o fundo imobiliário é um investimento de médio e longo prazo. E, assim como não se compra um apartamento para vender no dia seguinte, o ideal é que o fundo imobiliário seja um percentual da carteira de médio e longo prazo, pensando no futuro e considerando o perfil de risco do investidor, sendo indispensável contar com o auxílio e entendimento de um profissional especializado em investimentos.
*Ale Boiani é CEO, gestora e fundadora do grupo financeiro 360iGroup, fundado há 11 anos e que tem cinco linhas diferentes de negócios nas áreas de seguros, finanças, investimentos e planejamento patrimonial, sucessório, tributário e fiscal. Com a profissional, que possui experiência de mais de 20 anos na área na linha de frente, a companhia soma 1,3 bilhão sob administração e mais de 2.500 pessoas capacitadas.