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Totalmente integrado à arquitetura moderna, conceito está cada vez mais presente na decoração de ambientes, trazendo mais naturalidade aos lares

Stylish fall home decor in gray and gold with dried flowers in a rustic Scandinavian home

Até hoje, a estética rústica na decoração é associada aos ambientes campestres, localizados em áreas verdes ou praianas. Por isso, elementos desse tipo de decoração   ainda compõem grande parte das casas de temporada ou veraneio, as quais têm a natureza como inspiração em todas as suas formas. Não por acaso, o conceito rústico vai do piso ao teto, passando por mobiliários e objetos, e transformando o local numa verdadeira “rota de fuga” da correria e do concreto das cidades. Por isso, virou protagonista no pós-pandemia em muitos lares brasileiros.

Mas, você sabe exatamente o que significa uma decoração rústica? Segundo Cristina Cardoso, arquiteta dos apartamentos decorados da Yticon, construtora do Grupo A.Yoshii, antigamente, a palavra “rústico” podia ser entendida como algo desprovido de refinamento, acabamento ou, ainda, de elegância. “Mas não é nada disso. Na decoração, podemos chamar de rústico os elementos fabricados com materiais naturais, como tecidos puros de algodão, linho, lã, seda, assim como as cerâmicas artesanais, objetos feitos com palha, junco, madeira, além das pedras naturais. Por essas razões, o rústico não tem mais essa conotação de simplicidade, de falta de acabamento ou refinamento”, atenta.

Há, portanto, um universo vasto de possibilidades que podem ser aplicadas pontualmente ou em toda temática do ambiente. Tanto é que o conceito rústico está totalmente integrado à decoração de residências dos grandes centros, arquiteturas modernas, remetendo à ideia de natureza. “O rústico, em composição com elementos modernos, clássicos ou industriais, pode conferir sensação de conforto e aconchego ao ambiente. Porém, como a maioria dos móveis e objetos rústicos tem uma presença marcante, geralmente, os associamos a ambientes amplos, como varandas e áreas gourmet. Mas não há nenhum impeditivo de serem usados em outros ambientes”, complementa.

Na praia ou na fazenda

De acordo com Cristina, no campo, a madeira é vista como principal elemento rústico. Já na praia, esses elementos são identificados, sobretudo, em objetos feitos com conchas, redes de pesca, areia e pedras naturais. Nas montanhas frias, fica por conta das mantas e tapetes confeccionadas com peles de animais, além das paredes em toras de madeiras. “Percebe-se que, em geral, há uma preocupação em manter a origem do material, em seu formato natural, sem muita intervenção de aparelhagem e acabamento. Esses elementos povoam nosso imaginário quando falamos em “rústico”, porém, não se restringem a esses estereótipos e podem muito bem encaixar num ambiente mais requintado”, argumenta.

É possível, portanto, encontrar peças belíssimas, com acabamentos primorosos, destacadas por sua exclusividade, que podem ser usadas, até mesmo, como obras de arte. “Nesse caso, vidros artesanais, cerâmicas, tecidos em seda, móveis e objetos trançados em palha, junco e rattan ganham a posição de protagonistas em ambientes extremamente elegantes”, complementa a arquiteta. Com relação aos objetos que podem ser fabricados nesses materiais, existe uma infinidade de formas e funções, desde móveis, tapetes, cortinas, almofadas, tecidos em geral, louças, luminárias, objetos de cozinha até peças decorativas. “A criatividade dos artistas e artesãos que manufaturam esses materiais não tem limites”, ressalta.

Clima X material

Nesse sentido, paredes de pedra natural ou com toras de madeira são amplamente utilizadas em regiões frias, por serem materiais isolantes, aliados aos tecidos de peles de animais. “Em regiões mais quentes, podemos observar uma presença maior de móveis de palha, junco, rattan, por serem fibras naturais. O trançado que compõe esses móveis geralmente é vazado, permitindo circulação de ar, ventilando e refrescando o ambiente”, explica a arquiteta. 

Por isso mesmo, há a possibilidade de aliar materiais rústicos para melhorar o conforto térmico dos ambientes. “A sensação não é apenas física, mas também visual. O aconchego e frescor das peças rústicas nos dão maior sensação de conforto, mesmo sem estarmos presentes no local. Mas devemos ter certo cuidado no local de utilização desses objetos, pois, como materiais naturais, geralmente são mais frágeis à exposição ao tempo. Sol, chuva, vento e poeira podem danificar móveis e objetos expostos sem proteção”, alerta. 

Faça você mesmo

Para dar uma repaginada no ambiente de maneira rápida e simples, basta olhar ao redor e perceber quais elementos podem ser transformados em peças de decoração. Dentre os itens que podem ser encontrados sem grandes esforços estão os galhos, as folhas e flores secas ou desidratadas. Pedras coloridas encontradas em rios e cachoeiras colocadas em vasos de vidro ou bandeja formam lindas peças de decoração, assim como as conchas, que podem ser recolhidas na areia das praias. “Já a madeira exige um pouco mais de conhecimento e prática de marcenaria, mas com esse material também podem ser feitas bandejas, saboneteiras, suportes para vasos com pequenos pedaços de tábuas, tocos ou raízes de árvores. Aqueles que têm um pouco mais de prática manual, podem transformar objetos, como, por exemplo, um cachepô de palha em uma luminária”, finaliza Cristina.