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Em setembro de 2022, lojas demoraram cerca de 170 dias para serem locadas; em 2017, a média para o mesmo tipo de imóvel chegou a 214 dias, segundo o Secovi-PR

A retomada econômica pós-pandemia de Covid-19 está refletindo na velocidade de locação dos imóveis comerciais em Curitiba, indicam dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do sistema Secovi-PR. Em setembro, o Índice de Velocidade de Locação (IVL) para lojas ficou em 170 dias, ultrapassando os patamares anteriores à crise sanitária. A título de comparação, em setembro de 2017, o IVL para o mesmo tipo de imóvel chegou a 214 dias, enquanto no mesmo mês do ano seguinte foi de 188 dias.

A mesma tendência tem sido verificada em relação a conjuntos e casas comerciais. Se no mês passado as locações de conjuntos demoravam até 214 dias para serem efetivadas, em setembro de 2018 o IVL era de 261 dias e no ano anterior ficou em 279 dias. A respeito do IVL de casas comerciais, em setembro de 2017 era em média 199 dias e no ano seguinte chegou a 205. Em 2022, contudo, baixou para 153 dias no nono mês do ano.

“A pandemia do novo coronavírus foi um momento muito difícil para empreendedores e profissionais liberais, mas o que temos constatado é que a economia vem se recuperando muito bem. Com a retomada completa das atividades comerciais e da vida social da população, empresários que já atuavam têm buscado espaços diferenciados para seus empreendimentos, assim como novos negócios estão sendo abertos”, afirma Luciano Tomazini, presidente do Inpespar.

O índice de Locação Sobre Oferta (LSO) de imóveis comerciais registrado na capital paranaense reforça o cenário de retomada. Na média de janeiro a setembro de 2022, o indicador ficou em 7,1%, 1,3 ponto percentual (p.p.) a mais do que se teve para igual período de 2021, quando o LSO comercial estava em 5,7%, e 2,6 p.p. acima de 2020 (4,5%).

Quanto aos bairros mais buscados pelos empresários que desejam alugar um imóvel comercial em Curitiba, o Centro respondeu por 31% das negociações realizadas em setembro. Destaque também para Água Verde (11,5% dos negócios firmados) e Batel (8,8%). Bigorrilho (3,5%) e Centro Cívico (3,5%) completam o top cinco.

“Os bairros da região central são, tradicionalmente, os mais buscados para as locações comerciais na capital paranaense. E isso não apenas pela localização privilegiada, com fácil acesso via carro e ônibus, mas porque esses bairros costumam ter um número maior de imóveis comerciais disponíveis para locação em comparação com as regiões mais afastadas do Centro”, comenta Marilia Gonzaga, vice-presidente de Locação do Secovi-PR.

Locação residencial em alta – A locação de unidades para fins residenciais também segue em patamar elevado na cidade. No último trimestre – julho a setembro –, o LSO residencial em Curitiba foi de 26,7%, 7,1 p.p. a mais do que o constatado no mesmo período de 2021 (19,6%) e 11,9 p.p. acima de 2020 (14,8%), de acordo com o apurado pelo Inpespar.

Ademais, o ticket médio de imóveis residenciais locados na capital está crescendo. No trimestre, a média ficou em R$ 1,4 mil, alta de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em R$ 1,3 mil.

“Temos um contexto bastante propício para a aquisição de imóveis voltados a investimento, pois os aluguéis garantem uma renda extra interessante para os proprietários. Em setembro, o Centro concentrou 15,3% das negociações de locação de unidades residenciais, seguido por Água Verde e Portão, com 5,9% e 4,5%, respectivamente. Mais do que uma boa localização, no entanto, o que a experiência tem mostrado é que imóveis em bom estado de conservação, reformados e bonitos, são aqueles com maior saída”, pontua Marilia.

Baixa inadimplência – Ressalte-se, ainda, a baixa inadimplência por parte dos inquilinos curitibanos, reflexo do bom trabalho que as imobiliárias da cidade têm realizado no processo de cadastramento de inquilinos, no contato ativo com os clientes e na conciliação entre locatários e locadores.

O atraso no pagamento acima de 30 dias em setembro de 2022 ficou em 1,2%, 0,5 p.p. a menos do que setembro do ano passado (1,7%) e 0,7 p.p. abaixo do nono mês de 2020 (1,9%).