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As exposições “Orgânico Sintético: Zalszupin 100 anos” acontecem, simultaneamente, em ambos os espaços a partir de 1º de julho
 

Sala da casa de Jorge Zalszupin em São Paulo | Crédito: Ruy Teixeira

A partir de 1º de julho, o Museu da Casa Brasileira – instituição gerida pela Fundação Padre Anchieta – e a Casa Zalszupin – administrada pela ETEL e pela galeria Almeida e Dale -, se unem para homenagear o centenário de nascimento do designer Jorge Zalszupin, um dos mais bem-sucedidos representantes da geração de arquitetos que atuou, entre os anos 1950 e 1980, de forma singular nos campos do design e da arquitetura brasileira.
 

As exposições “Orgânico Sintético: Zalszupin 100 anos” acontecem, simultaneamente, no Museu da Casa Brasileira, com curadoria do técnico do MCB Giancarlo Latorraca, e na Casa Zalszupin, com curadoria da CEO da ETEL, Lissa Carmona, e do professor Guilherme Wisnik, com patrocínio do Shopping Iguatemi e apoio da HautLab.
 

O festival conta com itens inéditos do acervo de Zalszupin, aberto pela primeira vez pela ETEL, com apoio da museóloga Nathalia Reys, em parceria com a família do designer, que realizou profunda pesquisa sobre a obra de Jorge. A busca revelou trabalhos nunca antes divulgados, que demonstram sua importância e legado para arquitetura paulista que vai além do design, assim como itens pessoais, a exemplo de um livro de piadas ilustrado. Para o segundo semestre, ainda está prevista a reedição do livro esgotado de Jorge Zalszupin, com conteúdo inédito sobre seu trabalho arquitetônico.
 

MCB apresentará novos aspectos da obra de Zalszupin, ligados à alta produção industrial da empresa L’Atelier, os utensílios de plástico da série Eva e as séries de mobiliário planejado para escritórios. Será também revelado no MCB seu trabalho como arquiteto, mostrando alguns edifícios construídos na Av. Paulista, Centro de São Paulo e bairro de Higienópolis. “O mobiliário exposto revela o rigor e a síntese características do comprometimento com a produção seriada e com a objetividade industrial, sem abrir mão, sobretudo em seu período inicial, da tradição artesanal do trato à madeira. Essa exposição marca o racionalismo intrínseco da escala das obras apresentadas, expressando a face mais pública de sua produção”, comenta Giancarlo Latorraca.
 

Casa Zalszupin, residência projetada pelo próprio Jorge, onde trabalhou e viveu por mais de 60 anos, apresentará um novo olhar sobre sua arquitetura residencial, marcada por uma organicidade expressionista, com volumes curvos e paredes grossas e brancas, com fotos de Nelson Kon e croquis inéditos. “Distinguindo-se da pedagogia estrutural do concreto armado, que caracteriza a chamada ‘Escola Paulista’ de arquitetura no mesmo período, a produção de Zalszupin vai buscar referências no empirismo das construções escandinavas e mediterrâneas, definindo um caminho poético singular em sua produção residencial”, comenta Guilherme Wisnik.
 

A produção orgânica e artesanal se diferencia do seu trabalho no desenho de mobiliário, caracterizado pelo racionalismo sintético e industrial – que também é apresentado no festival por meio de peças importantes e croquis. “A exposição também articula essa produção aos trabalhos escultóricos de artistas brasileiros que navegam universos semelhantes”, diz Lissa Carmona.
 

Para José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta, essa parceria é fundamental para apresentar ao público o trabalho de um consagrado designer. “O Museu da Casa Brasileira tem como uma de suas missões contribuir na composição histórica do design no Brasil e seguiremos com esse compromisso, ampliando o debate e aumentando a difusão”, finaliza.

Sobre Lissa Carmona

Formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Lissa Carmona começou sua carreira no mercado financeiro, mas em 1995 decidiu mudar de rumo e integrar a ETEL como sócia, CEO administrativa e curadora da coleção. Hoje, com 25 anos de carreira na área, é considerada a embaixatriz do design brasileiro no mundo, conduzindo grandes palestras, curando mostras e liderando projetos educacionais, tanto no Brasil, como mundo afora. Em 2021, Lissa encabeçou e deu início a um projeto com séries de exposições icônicas montadas na Casa Zalszupin, onde viveu o contemporâneo modernista Jorge Zalszupin nos últimos 60 anos.

Sobre Guilherme Wisnik

Professor Livre-Docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Autor de livros como Lucio Costa (Cosac Naify, 2001), Estado crítico: à deriva nas cidades (Publifolha, 2009), Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura (Edições Sesc SP, 2018) e Dentro do nevoeiro: arte, arquitetura e tecnologia contemporâneas (Ubu, 2018). Recebeu o prêmio “Destaque 2018” da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) em 2019. Publicou ensaios em diversos livros e revistas nacionais e internacionais, tais como Artforum, Architectural Design, Architectural Review, Domus, Arquitectura Viva, AV Monografías, 2G, Rassegna, Arch +, Baumeister, JA — Jornal Arquitectos, Urban China, Plot e Monolito. Foi curador de exposições como o projeto de Arte Pública Margem (Itaú Cultural, 2008-10), Paulo Mendes da Rocha: a natureza como projeto (Museu Vale, 2012), São Paulo: três ensaios visuais (Instituto Moreira Salles, 2017), Ocupação Paulo Mendes da Rocha (Itaú Cultural, 2018), Conversas na praça: o urbanismo de Jorge Wilheim (Sesc Consolação, 2019), e Infinito vão: 90 anos de arquitetura brasileira (Casa da Arquitectura de Portugal, 2018). Foi o Curador-Geral da 10a Bienal de Arquitetura de São Paulo (Instituto de Arquitetos do Brasil, 2013). É curador do Pavilhão do Brasil na Expo 2021 em Dubai.

Sobre Giancarlo Latorraca

Diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Arquiteto, atualmente, é doutorando pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, na área de Design, com linha de pesquisa sobre teoria e história do design e orientação da Professora Dra. Maria Cecilia Loschiavo dos Santos.

SERVIÇO:

Exposição ‘Orgânico Sintético: Zalszupin 100 anos’

De 1 de julho a 4 de setembro de 2022

Patrocinadores: ETEL, galeria Almeida e Dale, Iguatemi e Haunt

Realização: Casa Zalszupin, Fundação Padre Anchieta e Museu da Casa Brasileira.

VISITAÇÃO

Museu da Casa Brasileira

De terça a domingo, das 10h às 18h, com exceção da sexta-feira, que tem horário estendido até 22h

Av. Brig. Faria Lima, 2.705 — Jardim Paulistano, SP

Próximo à estação Faria Lima da Linha Amarela do Metrô.

Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada)

Sexta-feira, entrada gratuita

Acessibilidade no local | Bicicletário com 40 vagas

CASA ZALSZUPIN

De segunda a sexta, das 10h00 às 18h, e aos sábados das 10h às 14h
Ingressos: Gratuito mediante agendamento prévio no site Link 
Sem estacionamento

e-mail: eventos@casazalszupin.com

Jardim Europa — SP