Proptechs crescem e mercado imobiliário engrena com compras e vendas de imóveis
Um dos setores mais importantes do país e de papel fundamental para manter a economia girando, o mercado imobiliário brasileiro conseguiu sobreviver à crise da pandemia de Covid-19 muito em virtude da adoção das tecnologias. Isso sem falar, é claro, no surgimento das proptechs, startups inovadoras que
facilitaram a adaptação e impulsionaram novos negócios em diferentes frentes do segmento. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Terracotta Ventures, houve um crescimento de 19,6% no número de proptechs: em 2020, elas eram 702 e hoje já são 840.
Uma dessas “novidades” tecnológicas do mercado, que traz um serviço inovador para conectar consumidores que querem comprar e agentes que buscam vender – como construtoras, incorporadoras e
loteadoras – é a aMORA [1], startup que realiza o sonho da casa própria ao introduzir a modalidade de aluguel com opção de compra para seus clientes. Ela nasceu para atender um público que não
consegue comprar um imóvel nos modelos atuais de financiamento.
“Sentimos a dor de ter que procurar pela casa ideal dentro das condições que tínhamos no momento, e com essa experiência, percebemos que havia um _gap _no mercado muito grande, de pessoas que
conseguem ter e manter um imóvel, mas que não conseguem comprar devido às condições que eram oferecidas”, explica Aram Apovian, CEO e cofundador.
Grande parte da população não consegue realizar esse sonho devido a inúmeras dificuldades, entre elas: o valor da entrada (geralmente 20% do total, além de taxas, reserva de emergência, reformas, etc)
exigido na compra do imóvel; precisar se desfazer de bens como autos e motos para dar o valor de sinal; ou até mesmo de inquilinos que são obrigados a devolver a moradia antes do término contratual. A
proptech então reinventou esse modelo por meio da tecnologia e inteligência de dados, funcionando da seguinte forma: o cliente escolhe um imóvel, eles analisam financeiramente e juridicamente, fazem uma visita para checar se está tudo certo, compram e “alugam” para a pessoa. Ao final de três anos, caso o cliente se interesse e tenha gostado de morar no local, parte do valor arrecadado da mensalidade retorna como um “cashback” que passa a ser a entrada da compra final. Caso não goste, ele pode optar por encerrar o contrato, parecido como seria em uma locação tradicional.
Os principais benefícios são começar a comprar um imóvel a partir de 5% de entrada e a flexibilidade para que o morador não se preocupe em desocupar o imóvel e poder reformar como quiser, como se a casa já fosse dele. Além é claro, de funcionar como uma reserva para a entrada do financiamento. “Acreditamos que não existe uma solução definitiva que seja a melhor para todas as pessoas em busca de
moradia, mas apresentamos uma mais acessível, que coloca o cliente em primeiro lugar, alinhando interesses, e trazendo mais flexibilidade para um mercado rígido e burocrático”, conta Rafael Cerqueira, COO e cofundador.
Recentemente, a proptech recebeu um aporte de R$ 16 milhões liderado pelo Global Founders Capital (GFC), fundo global de _venture capital_ que já investiu em empresas como LinkedIn, Facebook e
Trivago. A ideia é focar principalmente na área de tecnologia e dados, visando aprimorar modelos de avaliação de imóveis e clientes, além de investir em ferramentas para melhoria de atendimento e processos internos. Outras áreas como marketing, operação e finanças também estão nos planos do aporte, além é claro, de aumentar a equipe com mais contratações. O objetivo da aMORA agora é manter o foco dos imóveis na Grande São Paulo e aumentar e aperfeiçoar parcerias com imobiliárias e construtoras.
“Alinhamos os interesses dos clientes na melhor aquisição do imóvel analisando toda a operação de forma criteriosa e somos complementares aos outros agentes do mercado, impulsionando vendas de
corretores, construtores e imobiliárias, tornando o caminho mais fácil para que elas acessem esses possíveis compradores e impulsione suas vendas”, afirma. Além disso, a startup pretende investir o
equivalente a R$ 30 milhões em imóveis em 2022 e crescer pelo menos seis vezes no ano vigente.