O termo ESG ganhou projeção em 2004 e, hoje, já é uma prática comum no setor brasileiro da construção civil
O termo ESG, relacionado às práticas ambientais, sociais e de governança de empresas, ganhou projeção em 2004 no documento “Who Cares Win”, do Pacto Global e Banco Mundial. Na sequência, as instituições financeiras foram provocadas pela ONU a levar essas práticas em conta na avaliação do mercado de capitais, o que viria a ser um avanço no setor produtivo.
Segundo o Conselho Internacional da Construção (CIB), mais de um terço dos recursos naturais explorados no país são destinados ao setor. “50% da energia gerada é para abastecer operações relacionadas às edificações. Isso sem contar o impacto de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, provenientes tanto dos processos de construção quanto dos entulhos”, aponta o professor do mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE Escola de Negócios, Carlos Alberto Cioce Sampaio.
De acordo com o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), o empresariado no país está empenhado em implantar práticas ESG no setor de construção civil, tanto que o Brasil se encontra no quinto lugar do ranking mundial em número de projetos sustentáveis, com destaque para a certificação LEED – Leadership in Energy and Environmental Design – na construção civil. “Trata-se de um sistema internacional de certificação e orientação ambiental que vem reduzindo em média 40% da água, 35% das emissões de CO², 30% da energia e 65% dos resíduos em novas construções e grandes reformas”, explica.
Há ainda outros certificados internacionais de sustentabilidade para o setor, como o inglês BREEAM, o alemão DGNB e o suíço Minergie. “Os dados são expressivos, e o ranking confirma a tendência brasileira em se empenhar nas práticas ESG”, diz. “Além disso, ter empreendimentos validados por órgãos terceiros é muito mais valioso e transparente do que simplesmente divulgar que é um ativo sustentável”, afirma o docente do ISAE.
Em 2022, o primeiro projeto carbono zero de construção de um edifício multiresidencial no estado do Paraná pretende compensar 100% das 2.640 toneladas de gás carbônico com medidas de compensação em uma reserva de Mata Atlântica de propriedade da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem, a SPVS, localizada em Antonina, no litoral paranaense.