Com o retorno gradativo das aulas presenciais nas instituições de ensino superior do Paraná, o mercado imobiliário de Curitiba registra reaquecimento de um dos segmentos mais prejudicados pela pandemia: o de locações de imóveis para estudantes universitários. A retomada das atividades em sala de aula e o anúncio de início do ano letivo para calouros com 100% das aulas presenciais resulta em maior procura por apartamentos compactos, principalmente nas regiões da capital onde ficam os campi das principais faculdades públicas e privadas.
Várias instituições já iniciaram o calendário letivo para calouros, como a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), PUC-PR, UniCuritiba e Faculdade Evangélica Mackenzie. A volta dos alunos às salas de aula teve impacto nas locações em diferentes pontos da cidade. A imobiliária JBA, por exemplo, começou o ano de 2022 com seu estoque de estúdios de 15 a 25 metros quadrados na região do Prado Velho (próximo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná) zerado.
E o reinício das aulas presenciais na UFPR deve trazer mais movimento às imobiliárias com atuação no Centro, Rebouças e Jardim das Américas. Com o calendário letivo presencial reiniciado em 31 de janeiro para alunos que começaram os cursos antes ou durante a pandemia, os estudantes de outras cidades – que retornaram para casa durante o período de aulas online – já estão de volta a Curitiba. Já os calouros que não residem na capital começam a preparar a mudança, porque o primeiro semestre letivo está previsto para começar em junho, também com 100% das aulas presenciais.
Estúdios: os preferidos pelos estudantes
A partir da divulgação dos resultados dos vestibulares para os cursos presenciais, começa uma corrida dos estudantes e famílias para encontrar e fixar residência em Curitiba. Com transporte público mais caro e alta nos combustíveis, o custo de deslocamento pesa no orçamento. Por isso, encontrar um imóvel próximo da faculdade é prioridade. Mas, além da localização, algumas características fazem a diferença na escolha das famílias e dos universitários.
A preferência geralmente é por apartamentos compactos e super compactos, que garantam segurança e privacidade para os estudantes morarem sozinhos. As kitnets e estúdios, com metragens de 15 a 25 metros quadrados, competem com os apartamentos de um quarto, com 30 a 35 metros quadrados. De acordo com o gerente geral de Locações da JBA Imóveis, Lucas Delagnelo, os mobiliados saem na frente, considerando que, quase sempre, essas locações são feitas pensando na moradia temporária, que coincide com a duração dos cursos, de no máximo cinco anos. “A localização é uma condição que valoriza o imóvel e, no caso dos estudantes, é bem importante. Esse público busca imóveis funcionais, com menores áreas, que significam menores custos, especialmente se existe a possibilidade de estar perto da faculdade”, explica Delagnelo.
Para os proprietários de apartamentos compactos e estúdios, que esperam locar para estudantes, uma dica é preparar os imóveis para moradores que buscam praticidade acima de tudo. “Móveis planejados, com boa cama, cooktop de indução, forno de microondas, painel planejado para TV, entre outras condições, valorizam os imóveis compactos e ganham a preferências de estudantes, que estão focados nas atividades de estudo e vida social fora de casa”, diz. “É o tipo de estúdio que, às vezes, o investidor pega para locar para estudante, mas pode também oferecer a uma pessoa, por exemplo, solteira, na faixa dos 30 anos, já formada, mas que está à procura dos benefícios desse imóvel mais compacto e com custo mais barato”, complementa.
O gerente de locações da JBA lembra que condomínios novos ou bem conservados, com boa oferta de áreas de uso comum e serviços – como academias, lavanderias, espaços de coworkings e mercados de autoatendimento – também chamam a atenção desse tipo de consumidor.
Por fim, se o estudante ou a família não podem arcar com as despesas de morar sozinho, as opções de locação vão das repúblicas a imóveis comuns, como apartamentos de até três quartos, que possam ser divididos com outros jovens nas mesmas condições. Em geral, negócios assim são fechados diretamente entre proprietários e inquilinos.
Menos burocracia e uso da tecnologia ajudam
Entre os fatores que ajudam no processo de locação de imóveis para estudantes está a redução da burocracia, a otimização dos processos na contratação e análise de crédito, além da oferta de tecnologia digitais, como as visitas virtuais, que permitem que as famílias conheçam os imóveis sem precisar se deslocar até Curitiba para fazer a locação. Entre as apostas feitas pela JBA Imóveis para atrair os estudantes estão as facilidades de alugar sem a necessidade de fiador. A solução considera que os universitários vêm de outras cidades e estados e não costumam dispor de conhecidos, familiares e amigos que possam atender a essa necessidade.
Além disso, disponibilizar seguro-fiança e garantias – como a possibilidade de fazer a locação no nome dos pais – são facilitadores, assim como a contratação e análise de crédito totalmente à distância. O melhor é oferecer o pacote completo: processo de locação digital e ativação de garantias junto às seguradoras de forma remota; visita virtual; atendimento por videoconferência, além do site alimentado com fotos e vídeos profissionais. “O estudante pode fazer tudo à distância, assinar digitalmente o contrato e só passar na imobiliária para pegar as chaves”, diz.
Na relação com os proprietários de imóveis para estudantes e investidores, a JBA inclui vantagens como a de garantir o aluguel sempre em dia, adiantando a ele o que a seguradora cobrirá depois de 90 dias, assim como as despesas com taxa de condomínio e do IPTU. “Essa parte financeira fica bem calçada com benefícios para o inquilino e para o proprietário e também imprime mais velocidade na locação”, completa.