Os três bairros sustentáveis do Brasil estão no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No mundo, apenas os EUA e China têm um número maior de bairros certificados LEED.
O Brasil tem apenas três bairros sustentáveis e todos eles estão na Região Sul: no Paraná (Guarapuava), em Santa Catarina (Porto Belo) e no Rio Grande do Sul (Porto Alegre), todos eles certificados LEED for Communities, em nível Gold e Platinum. As informações são do U.S. Green Building Council (USGBC), órgão certificador internacional.
Um bairro sustentável é aquele com planejamento responsável em termos de sistemas naturais, energia, água, resíduos, mobilidade e outros fatores sociais e econômicos, que contribuem para a qualidade de vida dos seus habitantes. Seu desenvolvimento se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Segundo a Diretora para América Latina do USGBC, Nicolette Bohnett, no mundo, apenas os EUA e China têm um número maior de bairros certificados LEED. “O Brasil sempre foi audacioso quando falamos de construções verdes. É o maior mercado para o LEED na América Latina e um dos dez maiores no mundo”, comenta.
E, nesse contexto, o Sul segue na vanguarda: no segmento residencial um em cada três edifícios que buscam a certificação ambiental estão no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “O número de projetos certificados LEED nessa região cresceu quase o dobro que o resto do país no último ano. A região se destaca pelo ritmo acelerado de avanço, mas também por concentrar o maior número de edifícios que atingem o mais alto nível de certificação, o cobiçado LEED Platinum”, comenta o CEO da Petinelli, Guido Petinelli.
Para o presidente do GBC Brasil, Felipe Faria, o apetite pela Região Sul em liderar o movimento das construções verdes pode ser explicado em função da cultura local e da busca do empresariado pela inovação. “O mercado amadureceu a tal ponto em que essa tendência é reforçada e acaba tornando-se padrão em alguns produtos de mercado, um item importante na definição de compra entre imóveis semelhantes. Isso impacta na decisão dos empreendedores em adotar a certificação ambiental”, argumenta.
Guido destaca que os bairros sustentáveis são a evolução natural do LEED no Brasil e no mundo. “As pessoas buscam qualidade de vida, estar próximo da natureza, não depender do automóvel. Isso não se limita ao prédio. Então, com os bairros, não poderia ser diferente do que já evidenciamos com edifícios: o bairro sustentável é a evolução do bairro convencional. O bairro sustentável coloca o bem-estar das pessoas e do planeta em primeiro lugar”.
Rio Grande do Sul recebe o primeiro bairro sustentável
O Camino – novo empreendimento do Fundo de Investimentos Imobiliários Phorbis, na capital Porto Alegre – é o primeiro bairro sustentável do Rio Grande do Sul a receber a certificação internacional LEED for Communities. Localizado próximo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, terá mais de 50 edifícios, totalizando 2.350 apartamentos e 815 mil metros quadrados de área total construída. Além disso, o bairro terá hotéis, escritórios, varejo, restaurantes, mercado e escola.
Além do bairro, todos os edifícios nele construídos vão receber o selo internacional de sustentabilidade LEED. “Isso significa que o Caminho, sozinho, vai dobrar o número de prédios LEED na cidade e tornar o estado e a Região Sul ainda mais relevantes em termos de sustentabilidade”, comenta Guido Petinelli, CEO da Petinelli, empresa responsável pela consultoria em eficiência, conforto e sustentabilidade do projeto.
O gestor da Phorbis, Mathias Rodrigues, diz que o objetivo da empresa é deixar um legado não apenas para o estado, mas também para o país. “Estamos na vanguarda do movimento de construções verdes no Brasil e queremos ser catalisadores dessa busca de certificação e cuidados ao meio-ambiente. Mas, mais importante do que isso, é a conscientização do uso adequado dos ativos”, argumenta.
Mais de um terço (38%) da área total do empreendimento, o equivalente a 180 mil m², será destinado a parques e a áreas verdes para exercício e lazer. Isso equivale a 16,9 metros quadrados de área verde por habitante.
Além disso, o projeto prevê um grande lago de 30.000 metros quadrados que terá uma dupla função. Uma delas, será servir de área de preservação ambiental, fornecendo habitat para fauna e flora local. A outra, é servir como infraestrutura para contenção de cheias, evitando enchentes.
Eurogarden será o quarto bairro sustentável do Brasil
O Eurogarden, que a Argus Empreendimentos Imobiliários vai construir em Maringá, no Norte do Paraná, será o quarto bairro sustentável do Brasil, o segundo do estado. Junto com a certificação LEED, o complexo vai ser o primeiro do país a receber o selo WELL Building Standard.
“Trabalhamos para que o Eurogarden seja o primeiro bairro do mundo a ter simultaneamente as certificações LEED e WELL. São atestados que garantem a sustentabilidade, inovação e o atendimento às necessidades das pessoas em relação à qualidade de vida, saúde e produtividade”, destaca o empresário Jefferson Nogaroli, responsável do projeto do Eurogarden.
O CEO da Petinelli, Guido Petinelli, explica que a certificação LEED prevê a eficiência no uso da água e energia, a preservação de recursos naturais e a gestão de resíduos. Já o selo WELL valoriza a qualidade de vida, saúde, os espaços verdes, a qualidade do ar e da água e o incentivo à alimentação natural.
“Desse modo, além de eficiência e sustentabilidade, o Eurogarden também estará alinhado às melhores práticas para oferecer o máximo em conforto, saúde e bem-estar para as pessoas que vão morar, trabalhar e transitar na região”, explica o CEO da Petinelli, Guido Petinelli.
A área privativa total do Eurogarden é de 583 mil metros quadrados. Serão realizadas entregas incrementais do projeto, possibilitando o desenvolvimento progressivo da região. Assim, a primeira fase terá 179.114 mil metros quadrados, com toda a parte de infraestrutura, avenidas, ciclovias, praças e jardins, e a construção de uma torre comercial.
O bairro sustentável terá 20 mil árvores, com mais de 300 espécies, entre elas, álamos e plátanos. Destas, três mil já foram transplantadas.