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A ausência de juros é um dos principais atrativos da modalidade, que apresentou crescimento em 2021.  

A compra de imóveis ainda tem espaço cativo na carteira de investimentos dos brasileiros. Quem não dispõe de capital para realizar esse tipo de aquisição, pode encontrar no consórcio uma oportunidade para construir patrimônio e obter ganhos financeiros. Embora seja considerada uma modalidade conservadora de investimento, o consórcio ofereceu, nos últimos anos, rentabilidade mais alta que outros tipos de aplicações disponíveis no mercado. 

Não à toa o segmento de consórcio de imóveis permaneceu aquecido ao longo de 2021. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), mais de 496 mil cotas foram vendidas no ano passado, um crescimento de 34,9% em relação a 2020.  A Ademicon, maior administradora independente de consórcio do Brasil em créditos ativos, registrou, em 2021, um aumento de 42% em créditos comercializados no segmento de imóveis, que respondeu por R$ 5,8 bilhões dos R$ 8,2 bilhões comercializados pela empresa no ano. 

A ausência de juros é um dos principais atrativos da modalidade, sendo a taxa de administração a única cobrança embutida na parcela. A correção anual do crédito, que mantém o poder de compra do consumidor, é apresentada como outra vantagem.  

De acordo com Handerson Brito, gerente comercial da Ademicon, um dos diferenciais do consórcio é que o percentual de retorno financeiro não depende do valor investido, ao contrário do que ocorre com outras modalidades de investimento, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Nesses casos, a rentabilidade varia de acordo com o montante aplicado.  

“No consórcio, independentemente do valor de parcela, o percentual de retorno será o mesmo. Na contratação de um crédito de R$ 200 mil, por exemplo, no final de 12 meses a pessoa terá investido, em parcelas, um valor muito próximo a R$ 9,5 mil. Porém, levando em consideração a correção histórica dos últimos 10 anos – em torno de 7% – ela terá uma atualização do poder de compra de R$ 14 mil. É um retorno muito maior do que a maioria das aplicações”, afirma Brito. Após a contemplação, como não existe tempo estipulado para ser utilizado, o crédito continua tendo atualizações monetárias mensais enquanto não é resgatado.  

Construção de Patrimônio 

Construir uma carteira de imóveis é uma das possibilidades que o consórcio proporciona para aqueles que desejam investir. O consorciado adquire uma cota e com a contemplação ele poderá efetuar a compra do imóvel e disponibilizá-lo para locação. “Com o dinheiro que o consorciado receberá do inquilino será possível quitar as parcelas restantes, investir em uma nova cota e repetir a operação. Consequentemente, ele criará um patrimônio imobiliário ao longo dos anos”, explicou Brito. “Ao seguir a lógica, o cliente, em longo prazo, consegue repor o dinheiro investido, adquirir uma gama de imóveis e obter renda extra a partir da locação”, complementa. 

Carta contemplada 

A venda da carta contemplada é outra alternativa utilizada por alguns consorciados que investem na modalidade. A operação consiste na obtenção de lucro a partir da comercialização do crédito imobiliário. “O cliente que deseja realizar essa operação deve comprar uma cota, esperar ser contemplado e, em seguida, vender o crédito a um terceiro”, explica o gerente comercial. “A comercialização gera um ganho financeiro que pode chegar a 1000% em comparação ao CDI, dependendo do prazo de contemplação”.  

Segundo Brito, o mercado aceita pagar um valor mais alto pela carta contemplada porque o custo, comparado ao financiamento imobiliário, é bem mais baixo.